Há artistas que me impressionam de uma tal forma que fico semanas pensando em seus trabalhos. E hoje, gostaria de dividir com você, meu leitor, um pouco de Mister Blick. E você vai entender rapidinho o motivo.
É possível fazer arte de diante de algo que causou tanta dor? Mister Blick prova que sim. Em 1971 nascia um grande artista francês, conhecido como Mister Blick. Designer e cineasta, Sr. Blick fez seus estudos na Escola de Belas Artes e depois na Escola de Filmes de Lodz, na Polônia.
Infelizmente, há pouquíssimos materiais falando desse grande artista. O que se sabe é que diversas histórias estão presentes na maioria dos desenhos, fotos, poemas improvisados e instalações. Especializado em gráficos de vídeo, ele faz pesquisas cinematográficas excêntricas que o levam a explorações visuais e narrativas fora da tela.
Sua arte já foi exibida em inúmeros festivais internacionais, como Nova York, Bruxelas, Bilbao, Eindhoven, Liege, Taverny e Paris. Dentre as artes mais conhecidas, estão uma mostra conhecida como “’Make Art not War’, que no traduzindo para o português seria “Faça Arte e não Guerra”.
Em imagens monocromáticas que retratam homens em guerra, Blick substituiu armas por lindas e desproporcionais flores coloridas. Há uma justaposição do real pelo ideal. Como há poucos registros, não se sabe ao certo se todas as imagens retratam a Segunda Guerra Mundial.
“Quando o dedo aponta o céu, o idiota olha para o dedo…” Já sabe de qual filme estou me referindo? Qualquer cinéfilo sabe que se trata de “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, escrito e dirigido por Jean-Pierre Jeunet e interpretado pela “lindeusa” daAudrey Tautou, em 2001. É o meu filme favorito, sem titubear. Sou do tipo que troco qualquer balada para assistir filmes, principalmente se for cinema francês. Eles vêm carregados de delicadeza, sensibilidade, originalidade e com um quê de poesia que eu amo! Conheci o Fabuloso Destino de Amélie Poulain quando cursava jornalismo, por volta de 2005. Meus colegas mais nerds já o conheciam e, um deles, o Nino, gentilmente me apelidou de Amélie Paulinha. De lá para cá, pelo menos uma vez por ano, eu assisto esse clássico.
O filme tem uma fotografia linda. A paleta de cores viva, em especial, o vermelho, verde e amarelo, foi inspirada nas pinturas do artista brasileiro Juarez Machado. Orgulho pra gente, né? A trilha sonora de Yann Tiersen é capaz de nos transportar para outro país. Mas confesso que não foi isso que me prendeu do início ao fim do filme. Foi a narrativa mesmo, que me tira risinhos bobos a todo momento. “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” é atemporal que foge de uma realidade dura e nos apresenta um mundo gentil, colorido e encantador. Faz a gente voltar à infância (sem ser infantil) e fazer coisas que nos davam ou ainda nos dão prazer, como: tirar a cola do dedo, colocar comidinhas em cada dedo e comê-las depois ou enfiar a mão num saco de cereais.
A protagonista é uma pessoa normal que decide escolher viver atenta às belezas das pequenas coisas do cotidiano e fazer com que as pessoas ao seu redor sejam felizes e sintam seus melhores sentimentos. Certa vez, eu li e resolvi parafrasear: “Amélie é uma grande heroína das simplicidades da vida”. O interessante é que minhas pessoas favoritas no mundo são um pouco Amélie. Não vou citá-las, mas elas sabem direitinho quem são.
Arte de feltro: @feltrosdababi Blusa; @ameliefoial
Sempre ouço de amigos negros que, como branca, eu jamais poderei imaginar o que eles sentem na pele. De fato, eu fui criada numa bolha repleta de privilégios e que eu só me dei conta depois de mais velha. Enquanto jornalista, já cobri os dois mundos e, como caçadora de histórias e personagens, eu precisei me descontruir, para descobrir uma nova Paula, ´´isenta´´ de preconceitos, mas não se enganem. Certamente, durante esse caminho, já reproduzi algumas falas pejorativas. Infelizmente, nossos ancestrais e livros de História, pelo menos da minha época, eram escravocratas, oligárquicos e excludentes. Aprendemos tudo sob a ótica dos colonizadores e não o contrário.
Há 6 anos, eu me enveredei por uma jornada como escritora (ainda caminhando a passos lentos). Apesar de a maioria ser livro infantil, queria histórias reais ou, pelo menos, baseadas em fatos, daquelas que as crianças pudessem se identificar. E, assim, todas as minhas personagens infantis nasceram: Beca, Alan, Lili, Mary e, agora, Bia.
Com narrativas e assuntos diferentes (dislexia, síndrome de Down, refugiados da Síria, política para crianças e Covid-19), todos têm algo em comum: falam sobre empatia, respeito, equidade, inclusão, solidariedade e representatividade.
Hoje, quero falar de dois personagens em específico (Lili e Bia), devido ao desrespeito com as vidas pretas ao longo da história, mas que foram registradas nessa última semana: o racismo. Muitos devem estar se questionando: ´´Nossa, mas uma branquela falando sobre racismo?´´ Respondo, com muita humildade. Vcs têm razão, mas aonde quero chegar?
Os meus livros não falam diretamente sobre racismo, mas trazem duas personagens pretas, que são muito inteligentes, lindas, generosas e que assumem um papel de protagonistas em suas vidas. Almejo que meus leitores mirins possam se identificar com elas e se apenas ´´um´´ ou ´´uma´´ se sentir tocado (a), eu já terei cumprido minha missão. Além da dívida histórica que temos com nossos irmãos pretos, precisamos ter a esperança de um mundo com mais equidade. Que nenhuma vida seja exterminada e lágrimas de sangue sejam derramadas para que possamos ver o óbvio: toda vida importa!
Que possamos ter a oportunidade de lermos mais os livros de Conceição Evaristo, Djamila Ribeiro, Angela Davis, Michelle Obama ou sobre Ruby Bridges, Nelson Mandela, Martin Luther King e Barack Obama (meus ídolos). Elem têm muito a nos ensinar. E como têm!
Agradeço aos meus amigos pretos que, por sinal, são maravilhosos, pelas aulas e conversas sobre racismo. Vcs não têm ideia do quanto me ensinam e do quanto sou grata por tê-los na minha vida: Fred Mendes, Ester Antonieta, Leandro Perché e Rafa Rafael Mansur – que é branco, mas entende como ninguém o racismo), meu abraço sincero e uma vontade imensa de passarmos para as próximas gerações um mundo melhor e cada vez mais diverso.
Você já parou para pensar no universo de possibilidades que a leitura proporciona? Leitura NÃO pode ser vista apenas como “juntar as letrinhas” e pronto. Ela vai muito além da superfície dos olhos, pois perpassa conceitos, nos liberta da ignorância, amplia a leitura de mundo, desenvolve o senso crítico, aperfeiçoa a capacidade cognitiva, a criatividade e dá asas ao imaginário, sem limites de tempo e espaço. Quantas vezes nos tornamos próximos dos personagens, torcemos e aguardamos ansiosos pelo “Felizes para sempre”?
Não podemos conceber a leitura como uma atividade passiva ou punitiva, seja ela qual for. Parte-me o coração quando ouço alguns pais querendo castigar seus filhos com leitura, ou quando professores mandam alunos à biblioteca, também como forma de puni-los por algo de errado que fizeram. É preciso ensinar nossas crianças que a biblioteca é como se fosse um parque de livros, com uma infinidade de histórias, personagens, lugares e páginas que querem ser abertos e descobertos. Depende de nós, adultos, fazermos essa abordagem. Há tanto material lúdico a ser apresentado: fábulas, poesias, parlendas (versinhos com temática infantil), revistinhas em quadrinho com todas as suas onomatopeias, livros de pano, de plástico e os livros tradicionais, que também são uma delícia de lê-los.
Antes mesmo de sermos alfabetizados, já temos nossas leituras de mundo. O gosto pela leitura não deve ser imposto, mas despertado, incentivado. Como? É quando os pais contam histórias antes das crianças dormirem, é numa roda de leitura com professores e colegas, é numa deliciosa contação de histórias, é numa visita divertida à biblioteca, é deixar a criança escolher o livro a ser abordado e, por último, e não menos importante: crianças seguem exemplos. Elas já presenciaram o adulto, que têm como referência, lendo?
Em 2018, eu me encontrei com a dama da dramaturgia, que nos representa lindamente no Brasil e no exterior. Ao conhecê -la, fiquei ainda mais encantada com tanto carisma, generosidade e humildade. Estou me referindo da nossa Fernanda Montenegro.
Que orgulho dessa grande mulher. Ganhei até abraço e beijinho no rosto. Ao presenteá-la com o meu livro #AMagiadoTeatro , FErnanda gentilmente me parabenizou e disse que na legenda de nossa foto, eu deveria escrever: As escritoras Paula e Fernanda”. Ainda deu tempo de entrevistá-la… A resposta ela colocou como dedicatória do livro de sua autoria. Fofa, né???
Minha gratidão, Fernanda Montenegro. A senhora superou minhas expectativas.
Foi com enorme orgulho e alegria que recebi nessa terça-feira (19/05/2020), das mãos do vereador e presidente da Câmara Municipal de Contagem, Daniel Carvalho, o certificado do “Projeto Cultura na Câmara”, devido ao livro infantil “Xô, Coronavírus”, que escrevi com muito carinho e responsabilidade sobre o Covid- 19. O livro contou a sensibilidade e talento dos desenhos de Sergio Neres, além do apoio técnico de 11 profissionais das áreas da Saúde e Educação.
Agradeço a todos os envolvidos por acreditarem que é possível fazer um material lúdico, informativo e responsável sem causar pânico nas crianças, quando o assunto é a pandemia do Coronavírus.
E, não repentinamente, o mundo assistia à chegada de um vírus que, até então, era inofensivo sob muitos olhares e perspectivas. Quanta inocência! Quantas vidas seriam cessadas, sonhos interrompidos, projetos postergados e empregos na berlinda. E a economia? Ah, como está em uso essa palavra. Os prejuízos serão incalculáveis e, muito provavelmente, beirarão ao caos.
Nesta pandemia, muitos têm revelado seu verdadeiro caráter e para que vieram. Esse é o ser humano? Aquele que se considera onisciente, onipotente e onipresente está a um passo da loucura. E “k entre nós”, é difícil não surtar neste momento. Rivotril, calmantes e ansiolíticos serão vendidos como nunca antes na história. Pessimismo da minha parte? Não, mas estaria a humanidade doente por demais e a natureza implorando por socorro diante de tanta ganância? Nesses últimos dias, ela tem dado algumas respostas e um suspiro na alma tem nos acalentado.
Devido ao coronavírus, touradas e 120 touros estão salvos na Espanha; China proíbe comércio e consumo de animais selvagens, pandas aproveitam zoológico vazio na quarentena para acasalar após dez anos; sem humanos, 97 tartarugas marinhas nascem em praia de Pernambuco. Quer mais? Vários países que se encontravam em guerras históricas chegaram a um acordo de paz temporário, como Síria, Iêmen, Israel e Palestina. A Cisjordânia, inclusive, recebeu de Israel 20 toneladas de desinfetante e outros 400 kits de testes para detectar o vírus, além de outros 500 itens de proteção para as forças de segurança e equipes de saúde, segundo informações da Istoé.
Religiões e líderes religiosos (alguns, infelizmente, são caso perdido) têm se respeitado mais e percebido que não existem verdades absolutas. Orações ao redor do planeta clamam por saúde e emanam amor. Pessoas pelo mundo, anônimas ou não, dando um show de solidariedade, de respeito à vida humana e percebendo, finalmente, a importância do sistema de saúde público, da ciência e da liberdade. Uauu…Como é bom ser livre e sentir a brisa no rosto. Que isso nos faça olhar os animais com mais ternura e compaixão e libertá-los de zoológicos, gaiolas e jaulas.
Aos poucos, nossas vidas vão voltar ao normal. Ou não!!! Não seremos mais os mesmos. Essa distância, infelizmente necessária, dará espaço para abraços mais verdadeiros e afetuosos. Por ora, sigamos com o provérbio budista: “A felicidade nasceu do altruísmo, a infelicidade, do egoísmo”.
Hoje ( 05/03) foi dia de o Projeto Biblioteca Solidária doar livros para a Creche do bairro Monte Castelo. Como a creche já tinha toda a estrutura, só doamos os livros para crianças até 4 aninhos.
O lugar é uma graça, superorganizado e limpíssimo . Minha mãe, eu e @lauraduarte25 ( quem tirou a foto) fomos recebidas com muito carinho pela diretora Sônia. As crianças estavam curtindo um soninho gostoso e nem deu para pular, brincar e ler com elas.
Esperamos que as crianças já comecem a se apaixonar pela leitura e viajarem pelo mundo da imaginação.
Muito obrigada pela doação de todos, em especial, @mcribeiro74 . Os livros estão circulando.
Nossa Biblioteca Solidária em alguns Centros Prisionais de Minas saiu no Jornal Super Notícias hoje (17/02). A matéria foi da jornalista @raquelpenaforte , que mostrou toda sua sensibilidade e profissionalismo.
Todo projeto precisa ser coletivo e eu contei com a ajuda de tanta gente querida, conhecida e desconhecida. Quero começar a agradecer à Diretoria de Ensino e Profissionalização, da Superintendência de Humanização do Atendimento da SEJUSP , na pessoa da Beatriz, ao diretor de Humanização do Ceresp de Betim, Paulo Henrique Prado ( que foi o primeiro a acreditar e permitir a biblioteca) , aos gestores do presídio que acreditam no poder da literatura, aos amigos ( são muitos) que doaram livros , aos meus diretores @josiane_ciolette e @caubymorais que me permitem que eu vá fazer esse projeto e à vc, que está lendo esse texto de agradecimento.
Ainda é uma sementinha… Precisamos ver florir e acreditar que essas pessoas sairão melhores do que entraram. De coração, muito obrigada e continuo contando com vcs. Bjo no coração